segunda-feira, 27 de julho de 2015

A verdadeira história do crack.

No 8º ano ao falar sobre sexualidade sempre abordo sobre a temática das drogas, pois na minha opinião é falando sobre que conseguimos minimizar a curiosidade em descobrir por si só. Além disso, costumo usar a seguinte frase com meus alunos: "VOCÊ SE TORNA RESPONSÁVEL PELAS SUAS AÇÕES A PARTIR DO MOMENTO QUE CONHECE AS CONSEQUÊNCIAS".


Nas minhas falas, também, sempre ressaltei o crack como sendo a pior droga e que ao usar a maconha a pessoa estaria abrindo caminho para drogas ainda mais pesadas. No entanto, hoje vi uma reportagem muito interessante sobre essa droga e gostaria de partilhar alguns dados por aqui.


E compreende uma entrevista com o maior pesquisador na área, o neurocientista Carl Hart.

Esse pesquisador, super renomado na área, publicou sua biografia e conta que quando jovem negro e pobre de periferia também se envolveu no mundo das drogas e que foram uma série de acontecimentos que o motivaram a seguir em frente, como ser bom em matemática, ter valores sólidos dos avós e conseguir um bolsa em Yale.

Com seu prestígio realizou uma pesquisa com pessoas viciadas em crack, seguindo os métodos rigorosos do laboratório e chegou as seguintes conclusões:
- o crack não vicia mais do que a nicotina do cigarro.
- o vício é o efeito de um mundo doente, não a causa.
-  não torna as pessoas zumbis que fazem de tudo para conseguir a droga.
- o crack leva a criminalidade, mas não aumenta o número de crimes.

Mesmo assim, o crack, assim como qualquer substância psicoativa age no sistema nervoso desregulando as interações entre os neurônios e causando uma série de transtornos. Além dos problemas em todos os sistemas do organismo.


Outro dado interessante da pesquisa é que os usuários que consomem o crack não veem perspectiva de melhorar a sua condição, por isso, ao fazer usam da droga acabam fugindo da realidade e a solução é justamente oferecer condições mais dignas para as pessoas que usam esse tipo de droga.

Isso pode ser percebido na pesquisa realizada nos EUA, que afirma que 52% dos usuários são brancos, enquanto só 15% são negros. Mas, entre os que acabam sendo presos, 79% são negros e só 10% são brancos. No Brasil também, a imensa maioria de quem chega ao fundo do poço é negra ou mestiça. Segundo uma pesquisa recente da Fiocruz, 80% da população das chamadas cracolândias tem pele escura.

Portanto, somente com melhores condições de vida, devolvendo a dignidade das pessoas que moram na rua e consomem drogas é que é possível diminuir o impacto dessas substâncias na sociedade.



sexta-feira, 17 de julho de 2015

Uma Tarde no Museu...

Qualquer semelhança com o filme: Uma noite no Museu, não é mera coincidência.
Assim como no filme, o objetivo desse post é justamente incentivar as visitas a esses espaços repletos de conhecimento.
Nas férias de julho normalmente não se viaja tanto, como nas férias de dezembro, mas não viajar não significa que você deva ficar somente em casa, que tal aproveitar esse tempo e visitar o museu de sua cidade ou região?

Achei muito interessante o Museu Mario de Pellegrin de Videira - SC organizar uma semana intitulada Férias no Museu, com atividade para crianças de 6 a 11 anos, voltada a cultura local.


Normalmente, as pessoas pensam em Museu como um lugar de depósito de coisas antigas. Mas se nesse espaço existir um mediador, conhecedor da história de cada objeto, a história ganha vida e o conhecimento ganha asas. 

Amanhã, estarei revisitando com amigos, dois Museus na região, em que os mediadores fizeram com que eu me apaixonasse pela nossa história.

O Museu de Taquaruçú em Fraibrugo, conta a história da mais sangrenta batalha catarinense, a Guerra do Contestado.

A diferença desse museu com o Museu do Contestado de Caçador é a possibilidade de visitar as trincheras onde ocorreu o massacre dos caboclos pelos soldados de Curitibanos. Mas o Museu de Caçador é muito bonito e bem maior também.

Ainda visitaremos nesse sábado, o Museu da Paz em Frei Rogério, que foi construído pelos imigrantes japoneses para não deixar esquecer os tormentos da Segunda Guerra Mundial, especialmente a destruição de Hiroshima e Nagasaki pelas bombas atômicas.

Já na semana que vem, quero visitar o Espaço Cultural de Tangará, para valorizar a terra de meus pais. E o Museu da vitinicultura, para apreciar a decoração e a história da produção de vinho na cidade em que cresci.



Em setembro estarei em Criciúma apresentando em um evento científico um pouco sobre as atividades interdisciplinares que ocorrem no espaço dos Museus.
Afinal de contas, sempre é bom aprender um pouco mais...

segunda-feira, 13 de julho de 2015

E se as abelhas forem extintas?

Uma pesquisa divulgada pela revista Science no começo desse mês afirmou que o aquecimento global é um dos principais motivos pelo desaparecimento de várias espécies de abelhas a nível mundial.

Até então, os cientistas acreditavam que eram os agrotóxicos, as pragas e as doenças as principais causas pela grande diminuição do número de exemplares. Que registra um declive de 40% nos EUA e 50% na Europa nos últimos 25 anos.

A explicação para esse fato é que as abelhas não estão conseguindo se adaptar as mudanças de temperatura, uma vez que, diferentemente dos demais insetos que surgiram em regiões tropicais, as abelhas evoluíram em regiões de clima mais ameno e por isso apresentam mais dificuldade em sobreviver frente ao aquecimento global.

O estudo da Science não analisou as 6 espécies que vivem no Brasil, mas pesquisadores brasileiros afirmam que mais estudos precisam ser realizados e que 70 a 75% da agricultura brasileira depende da polinização desses animais para ocorrer a produção de frutos.

Se você não tem noção do impacto que a extinção das abelhas pode provocar em sua vida, sugiro que assista ao filme Bee Movie e pense que além das flores, boa parte das frutas que consumimos também terão sua produção comprometida.


Na região que vivo, meiooeste catarinense, grande produtora de maçã e uva os agricultores já estão tendo que exportar abelhas para conseguir garantir que a polinização não seja comprometida.

Portanto, temos mais uma razão para repensar nossos hábitos e contribuir com a diminuição do aquecimento global.

Saiba como você pode ajudar, acessando o site: http://www.semabelhasemalimento.com.br/nobee/index.php




sexta-feira, 3 de julho de 2015

A Obsolescência contra a Sustentabilidade

Essa semana, durante a aula com o 6º ano, falamos muito sobre obsolescência planejada e obsolescência perceptiva. Você já ouviu falar nesses termos?

A obsolescência significa o processo ou o estado daquilo que se torna obsoleto, ultrapassado ou que perde a utilidade. Na prática é.. feito para não durar. Dessa forma, "obriga" as pessoas a estarem sempre comprando para mover a roda da economia.

Dessa forma, a obsolescência planejada ou programada diz respeito a evolução, principalmente dos equipamentos eletrônicos, que perdem a sua funcionalidade muito rapidamente e geram resíduos tanto na sua produção quanto no seu descarte.


No entanto, somente a obsolescência planejada não dá conta de fazer os aparelhos serem comprados na rapidez que o mercado almeja. Por isso, existe a obsolescência perceptiva, que está relacionada com a moda. Dessa forma, ter um celular com teclado, que abre, ou que só manda mensagem e faz ligação mostra o quão você não está contribuindo com a economia. Muitas crianças e adolescentes são movidas, devido ao excesso de propagandas, pela obsolescência perceptiva.

Mas precisamos repensar nossas ações e saber diferenciar consumo (que é necessário) do consumismo (quando se compra aquilo que não se tem necessidade).

Portanto, antes de comprar aquela bota da estação ou aquela blusa que está na última moda, pare e pense se no ano seguinte você conseguirá usar tal peça ou ela se tornará sinônimo de cafona.

Para entender melhor como isso funcionada não deixe de assistir o filme: A História das coisas, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw