segunda-feira, 13 de março de 2017

O perigo da febre amarela

Desde 1942 não existia um surto de febre amarela no Brasil.
No entanto, o desmatamento e o excesso de lixo (dois problemas antrópicos) tem contribuído significativamente para a proliferação do Aedes aegypti, transmissor da febre amarela, e também da dengue, zika e chikungunya.
O problema só não é maior, porque se estão vivendo um surto de febre amarela silvestre, que está dizimando populações inteiras de primatas (os primeiros a sentir os efeitos do vírus). 
No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.



Normalmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.



segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Sibéria vive "apocalipse zumbi"

Em 1941, a Sibéria vivia um surto de Antraz e muitos animais foram enterrados na camada de solo que nunca descongela, chamado Permafrost.
Esporos da bactéria Bacillus anthracis podem sobreviver por 100 anos em condições inóspitas e em 2016, com um aumento de 5º C na temperatura do verão Russo, essa camada de gelo derreteu consideravelmente e despertou novamente essa bactéria, que estava alojada em corpos de renas.


Desde agosto, essa bactéria já matou 2.300 renas  no distrito de Iamalo-Nenets, na Sibéria, norte da Rússia e 10 pessoas. 90 pessoas estão de quarentena e todas que passaram pelo local estão sendo monitoradas.

A transmissão para seres humanos se dá por animais herbívoros, carne, lã ou couro infectados. A doença pode ser tratada com antibióticos, como a penicilina e a ciprofloxacina resolvem o problema, bem como o isolamento, visto que a doença é bastante contagiosa. Mas os cuidados devem ser iniciados logo após a confirmação da presença da bactéria no organismo.
Você pode ler mais sobre essa doença nesse post:  Carbúnculo/Antraz
A preocupação dos cientistas e do governo é que as endemias da bactéria e vírus se tornem mais comuns conforme o planeta continua a esquentar.
Há 100 anos, vários cadáveres contaminados com varíola também foram enterrados sob essa camada de gelo, que se continuar derretendo poderá despertar um dos vírus mais letais, atualmente erradicado no Mundo.



sábado, 27 de fevereiro de 2016

Dengue x Zika x Chikungunya

O Brasil por ser um país tropical e subtropical, com clima quente e úmido, apresenta condições ideais para a proliferação de insetos, especialmente mosquitos.
Entre os mosquitos transmissores de doenças, o Aedes aegypti é a espécie que merece maior atenção, pois transmite a dengue, a chikungunya e a zika.


 Além de serem transmitidas pelo mesmo mosquito, a dengue, a chikungunya e a zika são doenças que apresentam alguns sintomas semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico. Entretanto, pequenas diferenças existem e podem ser usadas como critério para a diferenciação.




Para se ter uma ideia, os registros de casos prováveis de dengue, foram 48% maiores até 23 de janeiro do que no mesmo período de 2015, ano em que os casos da doença bateram recorde no país, com 1,6 milhão de registros. Até este momento, o Brasil já acumula 73.872 notificações da doença, ante os 49.857 do ano anterior. Um sinal de que 2016 deve ser um ano de forte epidemia.
O número de infectados pela chikungunya chegaram a 20.662 em 2015, mas os dados de 2016 não foram divulgados.
fonte: Link1 

Com relação ao vírus Zika, muitas informações são desencontradas e muitas dúvidas pairam no ar, mas o que realmente as pesquisas já sabem é que:

fonte: Link2

A melhor forma de combater essas doenças ainda é a prevenção.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O que há por trás da microcefalia?

Depois de um período de férias, inclusive do computador, retorno hoje falando de um assunto que está assustando muito a população, em geral, mas especialmente as grávidas e quem desejada engravidar, o surto de microcefalia.

Para começar, vamos entender o que é essa doença...

A microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, o que prejudica o seu desenvolvimento mental, porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça e desenvolva suas capacidades normalmente.


As crianças com microcefalia podem ter graves consequências como:
  • Atraso mental;
  • Déficit intelectual;
  • Paralisia;
  • Convulsões;
  • Epilepsia;
  • Autismo;
  • Rigidez dos músculos.

 De acordo com Orioli e Lopez-Camelo, a média histórica da prevalência de microcefalia no Brasil é de 2 casos a cada 10 mil nascimentos. E entre as causas estão:
  • Infecções como rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose;
  • Consumo de cigarro, álcool ou drogas como cocaína e heroína durante a gravidez;
  • Síndrome de Rett;
  • Envenenamento por mercúrio ou cobre;
  • Meningite;
  • Desnutrição;
  • HIV materno;
  • Doenças metabólicas na mãe como fenilcetonúria;
  • Exposição à radiação durante a gestação;
  • Uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer, nos primeiros 3 meses de gravidez.

No entanto, entre maio de 2015 e janeiro de 2016, eram esperados, por exemplo 45 casos de microcefalia no estado de Pernambuco, mas esse número foi 25 vezes maior, o que despertou a preocupação dos órgãos públicos.

Segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde brasileiro, foram reportados 4.180 supostos casos de microcefalia desde outubro e há uma recomendação do órgão para que os Estados informem todos os casos suspeitos.

Desses, 270 foram confirmados, 462 foram descartados e 3.448 estão sob investigação. O governo afirma que as confirmações devem aumentar – esses 270 bebês com microcefalia já representam quase o dobro do número de casos registrados anualmente no país, que é de 150.

Em novembro de 2015, exames em um bebê com microcefalia indicaram a presença do Zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, e este passou a ser o principal suspeito desse surto.

A principal explicação para o fato ddo Zika vírus ser encontrado na placenta e no líquido amniótico está no fato de quando a mulher pega Dengue, suas células de defesa atacam e vencem o vírus da dengue, mas estas células quando se encontram com o Zika vírus, que é muito parecido com o da dengue, somente englobam este vírus mas não conseguem eliminá-lo do corpo. Com esta proteção, o vírus pode alcançar todas as regiões do corpo, que normalmente não podem ser alcançadas, e dessa forma ele pode atravessar a placenta e chegar até o bebê, causando microcefalia.

No entanto, mais pesquisas precisam ser realizadas e vacinas eficazes serem produzidas. Mas, nós podemos continuar a luta contra o mosquito, evitando locais com água parada.

Fontes: Link1 Link 2 Link 3

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Nutricosméticos, a sensação do momento.

Acabando o semestre e na última aula com o curso de Cosmetologia e Estética, estava pensando em trabalhar com alguma coisa realmente interessante. Mas como aliar a microbiologia com a Cosmetologia?
Ao longo da disciplina já havíamos trabalhado com biossegurança, identificação de doenças causadas por micro-organismos, diferentes técnicas de esterilização e desinfecção e até iogurte produzimos em laboratório, mas eu queria muito levar algo diferente para as minhas alunas.
Depois de pensar muito, resolvi falar em probióticos e pesquisando cheguei ao atualíssimo assunto que são os nutricosméticos.

Os Nutricosméticos surgiram como uma necessidade de ingerir quantidades suficientes de nutrientes, como vitaminas, sais minerais e probióticos, uma vez que as pessoas estão cada vez mais se alimentando de maneira precária e dessa forma, melhorar a qualidade da pele, do cabelo, do funcionamento do intestino, da acne, promover um rejuvenescimento, diminuir a flacidez, a gordura e a celulite, além de promover o fortalecimento capilar e até a fotoproteção oral.

O tempo de uso dos nutricosméticos, que podem ser encontrados em farmácias e não precisam de prescrição, é de no mínimo 3 meses para que os efeitos sejam percebidos e podem ser ingeridos na forma de cápsulas, pó ou bebidas. Mas os resultados são potencializados se acompanhados de um dermatologista ou aliado a um tratamento estético.


Os principais nutricosméticos disponíveis no mercado são esses...


Outra maneira de garantir a saúde, de modo geral, é a ingestão de probióticos. Há alguns meses minha médica me receitou esses sachês, contendo micro-organismo a fim de melhorar a minha imunidade e deu super certo. Já o pediatra da minha filha também receitou os probióticos para melhorar a dermatite atópica que ela tem.
Segue alguns encapsulados ou em sachê disponíveis.

 Entre os principais benefícios da ingestão de bactérias como os Lactobacillus e os Bifidobacterium, podemos destacar:

Além da ingestão de probióticos, existe disponível no mercado os probióticos faciais, que ajudam na recomposição e estimulação da flora epitelial e na proteção da pele. Atualmente, com vários sabonetes e cremes antissépticos, boa parte da flora bacteriana é removida da pele que fica desprotegida, perdendo sua hidratação natural e ocasionando um envelhecimento cutâneo. 
Esses cosméticos com probióticos podem ser encontrados na forma de spray, loções ou máscaras.


Além disso, são indicados para todos os tipos de pele e não possuem restrições quanto ao seu uso. Podendo ser utilizados inclusive por gestantes e idosos e sem causar alergias ou irritações.
É possível encontrar essas marcas já disponíveis.



Esse último, inclusive saiu na revista Vogue Brasil, e já é muito utilizado pelas atrizes de Hollywood.
Espero que tenham gostado das dicas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Aedes aeghyti em Santa Catarina

Durante muito tempo, Santa Catarina conseguiu se manter imune a proliferação do Aedes aegypti. Lembro que no início da década de 2000, quando fazia faculdade ainda, tive que fazer um trabalho para a disciplina de Programas de Saúde e acompanhar uma agente de saúde em minha cidade nos pontos onde ficavam as "armadilhas", pneus com água parada, que eram colocados em pontos estratégicos da cidade para verificar se havia larvas do mosquito. Como esse da imagem. E que a agente estava orgulhosa em afirmar que SC era um dos únicos estados que conseguia se manter livre do mosquito.

 
 No entanto, de 2007 para cá tem crescido muito os casos de dengue em Santa Catarina, o que indica que o mosquito da dengue já espalhou seus ovos e que estes estão contaminados com o vírus. Como podemos perceber nos infográficos abaixo:



A dengue é uma doença que possui sintomas bem característicos, como:
No entanto, o mosquito Aedes, além da dengue, é transmissor de outras três doenças virais: a febre amarela, a febre Chikungunya e o vírus Zika.
O vírus Zika, que chegou ao Brasil em 2014, tem sintomas parecidos com os de uma gripe com febre intermitente, dores pelo corpo e algumas manchas vermelhas na pele que podem coçar e que somem depois de 3 a 7 dias, sem maiores complicações para o indivíduo e por isso nem exames para identificar o vírus são feitos.

O problema surgiu agora quando pesquisadores começaram a relacionar as gestantes que foram contaminadas com o vírus Zika e a microcefalia em bebês. E isso começou a preocupar muito a comunidade médica e a população em geral.

Ainda não existem evidências científicas para essa relação, mas não custa nada tomar todas as medidas preventivas para evitar problemas na formação da nossa futura geração.
Vamos juntos combater o mosquito, para evitar que ele se prolifere e transmita esses vírus.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O quimerismo ganha notoriedade afinal...

Que o corpo humano sempre foi algo extraordinariamente maravilhoso e complexo todo mundo sabe, especialmente quem dedica a vida a estudar os processos que permeiam a atividade cerebral, a expressão gênica e os vários caminhos metabólicos das substâncias.
Agora, o que tem mais me surpreendido nesse mundo é o QUIMERISMO.

Com o aumento no número de testes de paternidade, casos antes sem precedentes e que apesar de raros ganham cada vez mais destaque nas manchetes dos jornais.

Como a história da mulher que descobriu ser sua própria gêmea. Isso porque ao fazer um teste de DNA, este indicou que seus 4 filhos não eram geneticamente dela, e que estavam mais para seus sobrinhos, mas ela nem tinha irmã.
Disponível em: link

Ou do homem que ao perceber que o tipo sanguíneo do filho era incompatível, acreditou que o laboratório havia errado na inseminação  da esposa, mas descobriu que a criança, na verdade, era geneticamente filho do irmão gêmeo do pai, que nunca chegou a nascer.
Disponível em: link

Esse fenômeno raríssimo ocorre porque no desenvolvimento embrionário existe a formação de dois zigotos, geneticamente diferentes, mas eles se aproximam tanto, que acabam juntando o material genético e originando um único indivíduo.


No mundo animal, e mais raramente ainda no vegetal, forma espécies com duas colorações distintas bilateralmente. Como mostrado nas seguintes imagens.

O quimerismo é associado muitas vezes ao mosaicismo, um fenômeno biológico onde o mesmo indivíduo também apresenta células geneticamente diferentes. Porém, o motivo para isso acontecer não é uma fusão de células de indivíduos diferentes como o quimerismo, mas sim uma modificação genética (mutações gênicas ou cromossômicas) de células que são de um mesmo ser.


Mas definitivamente, esse fenômeno entrará para as aulas de biologia somente porque o Enem 2015 o abordou em sua prova com a seguinte questão:

  
Resposta correta: E, afinal de contas podemos carregar células de um possível irmão gêmeo e até mesmo de filhos.