quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Carbúnculo/ Antraz será que realmente estamos livres dessa doença?

Ao trabalhar a disciplina de microbiologia com o curso de Cosmetologia e Estética, as acadêmicas apresentaram em um seminário várias doenças causadas por vírus, bactérias e fungos, com os quais poderão ter contato durante a profissão, bem como aquelas que causam manchas na pele.
Uma das doenças que mais me chamou a atenção, foi de uma acadêmica, que insistiu em falar sobre o antraz, pois havia tido a doença a alguns anos atrás.

O interesse por essa doença também surgiu, após o estudo da história da microbiologia, nos apontar que essa foi a primeira doença a ter demonstrada a sua etiologia, por Robert Kock em 1986. Além disso, em 1881 Pasteur desenvolveu a primeira vacina, a partir de cepas de B. anthracis. 

É uma doença infecto contagiosa com registros desde antiguidade, sendo considerada uma das sete pragas do Egito. Causada por uma bactéria, o Bacillus anthracis, bacilo gram positivo, não hemolítico, encapsulado, formador de esporos.

Seu nome deriva do grego anthrakis, carvão, pois a forma cutânea causa lesões pretas, semelhantes ao carvão. Geralmente ocorre em animais herbívoros domésticos e selvagens, que se infectam por ingestão de esporos e apresentam grande debilidade física acompanhada de hemorragias, podendo infectar seres humanos. O solo contaminado também representa um reservatório, pois os esporos podem permanecer durante anos no solo e resistem a situações ambientais adversas e à desinfecção. Além disso, a pele e o couro seco ou processado de animais infectados, podem conter esporos e depois de anos ainda transmitir a doença.
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O modo de transmissão se dá principalmente pelo manuseio da lã, couro, pêlo, sangue, tecidos e carcaças de animais infectados, que penetram na pele não integra ou são inalados. Mas podem ser adquiridos pela contaminação do solo e da água. Existe ainda a possibilidade de transmissão área. Não existe transmissão direta da doença entre indivíduos.



Após o período de 24h a 60 dias os sintomas começam a aparecer e dependerá da forma de transmissão.

1. forma cutânea: representa 95% dos casos e apresenta letalidade de 20%, nos casos não tratados. Aparece lesões na pele que evoluem, durante um período de 2 a 6 dias, do estágio de pápula pruriginosa para vesículas pústulas, progredindo para cicatriz negra profunda.





2. forma respiratória: Apresenta uma letalidade de 100% dos casos não tratados e os sintomas podem aparecer de 2 a 6 dias, mas podem estender-se até 60 dias após o contato com os esporos. Os sintomas iniciam com febre, dor de cabeça, vômitos, fraqueza, dor abdominal e torácica, progredindo para uma infecção generalizada e coma.


3. forma gastrointestinal: ocasionada pela ingestão de carne contaminada pelos esporos e é caracterizada por uma inflamação aguda do trato gastrointestinal, que pode evoluir para úlcera e ocorre após um período de 1 a 7 dias após a contaminação. Os sintomas iniciais incluem, perda de apetite, náuseas, vômitos e febre. É extremamente rara e possui de 25% a 60% de letalidade.



fontes: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1896/%E2%80%9Canthrax%E2%80%9D_ou_carbunculo.htm
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/conteudo/2083/antraz_ou_carbunculo.htm
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/INF_TEC_ANTRAX.htm




segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O ciclo da água e as ações antrópicas

Desde o tempo que eu ia na educação básica, ouvia de meus professores a preocupação com o desperdício e a falta de água. Transcorridos mais de 15 anos, parece que a preocupação é mesma. No entanto, ações concretas para minimizar com os efeitos da poluição hídrica continuam negligenciados.
Para elucidar melhor a questão da problemática da água é que trago este post.

Para começar, vamos entender a formação da água no nosso planeta.

Estudos geológicos afirmam que a Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
A teoria de Oparin e Haldane, de 1920, afirma que as condições da Terra primitiva eram muito diferentes da atual. Na atmosfera existiam os gases metano, amônia, hidrogênio e vapor d'água; a atividade vulcânica era intensa, o que conferia ao nosso planeta uma temperatura em torno de 2 mil graus celsius; a radiação ultraviolta também era intensa, pois ainda não existia a camada de ozônio; além disso, tínhamos muitas tempestades elétricas.

O movimento das placas tectônicas foi aos poucos "acalmando" a atividade vulcânica e hoje temos aproximadamente 500 vulcões ainda ativos.

Com a diminuição da atividade vulcânica, a temperatura da Terra foi gradualmente diminuindo e propiciou a formação de água no estado líquido, que contribuía ainda mais para o resfriamento do planeta.
Desse modo, surgiu as primeiras poças de água (oceano primitivo)

A teoria mais aceita pela comunidade científica para a formação dos oceanos, diz respeito a queda de um meteoro de gelo.

Dessa forma, após 8 milhões de anos da formação da Terra é que a água se formou como a conhecemos hoje.
E por isso, a água que consumimos hoje é a mesma que circula no planeta a mais de 3 bilhões de anos.

Mas com tanta água, por que se fala tanto em crise da água?
Acontece que de toda a água do planeta, 97% constitui água salgada, formada a partir de duas teorias, não excludentes:
A medida que as águas iam lavando as rochas carregavam consigo o sódio (Na) que se juntava com o cloro (Cl) originado das atividades vulcânicas e dava origem ao NaCl (cloreto de sódio ou sal de cozinha). Já a outra teoria tem haver com a evaporação da água, que não carrega consigo as impurezas e o sal, o que explicaria a concentração mais elevada desse sal no talassociclo (água salgada) em comparação ao limnociclo (água doce), que também apresenta uma concentração de sal, mas menor.


Portanto, a quantidade de água potável disponível para o consumo é inferior a 2% de toda a água disponível no planeta.

Ações antrópicas, como a poluição, o desperdício e a destruição das matas ciliares estão contribuindo ainda mais para a crise da água que estamos vivenciando.


Além de evitar a poluição e o desperdício de água em nossa casas. O consumo também prejudica o ciclo desse elemento, tão vital. Entenda porque:













segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O ciclo do carbono e o aquecimento global.

Para entender porque a queima de combustíveis fósseis está causando alterações na temperatura do planeta, vou tentar transcrever minha aula sobre o ciclo do carbono e como as ações humanas tem alterado os padrões da natureza.

As principais fontes naturais de carbono para a atmosfera são a respiração, a decomposição e a atividade vulcânica.


Para manter a quantidade de carbono, em aproximadamente 0,03%, na atmosfera contamos com três sistemas:
1. as plantas, algas e cianobactérias que realizam a fotossíntese.

2. as algas que transformam o CO2 em bicarbonato, e posteriormente em bicarbonato de cálcio, para produzir carbonato de cálcio - utilizado na produção de conchas e esqueletos para animais marinhos. E a fonte de gás carbônico que é eliminado depois pelos vulcões.

3. as bactérias e fungos decompositores não degradam toda a matéria orgânica dos seres vivos e boa parte do carbono que forma o corpo desses seres acaba sendo soterrado e depois de milhares de anos se transformou em um óleo preto, chamado petróleo.

Portanto, o petróleo foi o jeito que a natureza encontrou de enterrar o excesso de CO2 da atmosfera.
Mas por que esse gás causa o aquecimento global?
Além de ser utilizado pelos seres autótrofos como fonte de carbono, o gás carbônico é essencial para manter a temperatura do planeta sempre constante, o que chamamos de efeito estufa.

Dessa forma, apesar de em Santa Catarina temos variações de temperatura de 8º a 30º no mesmo dia, essas variações poderiam ser bem mais bruscas caso o CO2 não retesse parte dos raios infravermelhos emitidos pelo Sol.

Acontece que, o ser humano desde a revolução industrial, tem explorado o petróleo como principal fonte energética. Eliminando na atmosfera o CO2 que a natureza levou milhares de anos para esconder. Em contrapartida, a solução seria reflorestas, ou seja, aumentar a quantidade de árvores capazes de absorver esse excesso de CO2. No entanto, além da queima de combustíveis fósseis estamos também desmatando nossas reservas de maneira avassaladora.


Você pode se perguntar, e o que eu tenho haver com isso?
Pense que se há desmatamento, é porque alguém está comprando a madeira para fabricação de móveis, casas, entre outros. Por isso, é importantíssimo sabermos a origem dos produtos que consumimos e exigir somente aqueles produzidos por empresas que apresentam responsabilidade social e ambiental.

Além disso, pense em como você se relaciona com a água. Aqui na minha rua, falta água todo final de semana, mas passeando pelas ruas, percebe-se que muitas pessoas estão lavando roupa, calçadas e carros. Então a água não acaba na minha casa porque a CASAN não a está tratando, mas porque as casas abaixo da minha a consomem exageradamente, antes dela conseguir encher o reservatório.

Existe um conceito bem interessante chamado pegada ecológica. Que mostra quantos planetas seria necessário haver se todas as pessoas consumissem no mesmo ritmo que VOCÊ.
Para calcular sua pegada ecológica faça o teste no site: http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/

A minha pegada, é de 0,9 planetas. E o que mais eu preciso rever nas minhas atitudes diz respeito ao consumo de alimentos e energia elétrica.
Falando nisso, adorei o tema do ENEM 2014, sobre publicidade infantil. Pensando nas questões ambientais, nós só conseguiremos gerir um planeta sustentável se frearmos com o consumismo. E dessa forma, educar nossos futuros cidadãos da importância do consumo consciente e não excessivo que percebemos que está implantado na nossa cultura.

Percebo que os pais, na ânsia de compensar o tempo, cada vez mais escasso, que passam com os filhos, bem como medo de frustrar as crianças com a palavra NÃO, acabam criando pequenos terroristas consumistas.
Para pensar a respeito fica a dica do documentário, a História das Coisas, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xaglF9jhZLs

Além disso, recomendo este outro vídeo http://planetasustentavel.abril.com.br/noticias/video-nasa-40-anos-desmatamento-amazonia-rondonia-695508.shtml.

O Brasil e as mudanças climáticas

O Brasil, era considerado o quinto país mais poluente, devido, principalmente ao desmatamento e a queimadas nas florestas.
No entanto, segundo a reportagem de Akemi Nitahara, Agência Brasil, disponível no site: http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-10-08/brasil-polui-como-pais-desenvolvido-diz-pesquisador-do-ipcc.

"O desmatamento deixou de ser a principal causa de emissão de gases de efeito estufa no Brasil, que passou a ter como principal fonte de emissão a queima de combustível fóssil, poluindo "como um país desenvolvido”, segundo avaliação do pesquisador peruano José Marengo, representante latino-americano no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês). Ele é professor de pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foi indicado pelo Brasil para o programa de monitoramento do clima.
 
De acordo com o pesquisador, o inventário de emissão de gases de efeito estufa de 2010, lançado em 2013 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostra que houve a inversão do tipo de poluição predominante no Brasil em comparação ao relatório anterior, de 2004.
“Desde 2008, talvez um pouquinho antes, a taxa de desmatamento na Amazônia diminuiu bastante, mas a frota de veículos aumentou. A agricultura também tem melhorado um pouco, mas ainda contribui, principalmente [a cultura de arroz], para a emissão de metano, a mineração contribui, tem as termelétricas. O que basicamente coloca o Brasil como país poluidor tipo primeiro mundo é mais a queima de combustíveis fósseis, e aqui no Brasil são basicamente termelétricas, de qualquer tecnologia, e também a frota veicular”.
 

“A única forma [de evitar um aquecimento maior] é reduzir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo por exemplo a frota de veículos, [aumentar as] energias renováveis, solar, eólica, biomassa, redução no consumo de termelétricas, obviamente não podemos fechar, zerar a contribuição de gases de queima de combustíveis fósseis, o ideal é misturar um e colocar outras fontes, obviamente isso pode ter um custo elevado. Medidas de mitigação são caras”.
As projeções mais otimistas estimam que a temperatura média do planeta vai subir cerca de 1,5 grau Celsius (ºC) até 2100. No caso das emissões de gases do efeito estufa, o aumento pode chegar até a 4°C".

Aquecimento global e o relatório do IPCC

Sou professora do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Parfor (Programa de formação de professores da CAPES), na Universidade do Oeste de Santa Catarina, Unoesc, campus Videira/SC e no momento estou orientando 6 projetos na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado I. Dois fazem relação aos micro-organismos e quatro as questões ambientais.
Ao longo dos meus últimos posts, já falei sobre vírus e bactérias para auxiliar os acadêmicos nas orientações e também, mostrar assuntos interessantes e pertinentes, inclusive para os meus alunos pré-vestibulandos do VideVest.
Para hoje, apresentarei dados sobre meio ambiente, sustentabilidade e aquecimento global.

Para começar, trago a reportagem de Tasso Azevedo, disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/blog-do-clima/2014/11/07/uma-sintese-para-incomodar/?utm_source=redesabril_psustentavel&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_psustentavel_blogdoclima, que trata sobre as últimas conclusões a que o IPCC (Painel intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU) que foi publicado no dia 02 de novembro de 2014.

Segundo o autor "O resultado incomoda pela contundência ao relatar as mudanças do clima já em curso e os impactos sobre as pessoas e a vida em todo planeta e a necessidade de esforço para limitar emissões de gases de efeito estufa (GEE) muito mais drástica do que a apontada em qualquer outro relatório anterior.

Este incômodo precisa servir de inspiração para acelerar a implementação de ações de adaptação e mitigação já e aumentar o nível de ambição ao limite para dar forma ao novo acordo climático global a ser fechado na Conferência de Paris – COP21, em 2015.

O resumo para tomadores de decisão em políticas públicas (Summary for Police Makers) do Relatório Síntese merece ser lido por todos os envolvidos com o desenvolvimento de estratégias em empresas, organizações não-governamentais e governo.

A seguir os principais pontos do Relatório Síntese do 5º Relatório do IPCC:

1. MUDANÇAS OBSERVADAS E SUAS CAUSAS
 
A influência humana sobre o sistema climático é clara, e o registro de emissões antrópicas de gases de efeito estufa recentes é o maior da história. As recentes mudanças climáticas tiveram impactos generalizados sobre os sistemas humanos e naturais.
O aquecimento do sistema climático é inequívoco e, desde os anos 1950, muitas das mudanças observadas não têm precedentes ao longo de décadas a milênios. A atmosfera e o oceano têm aquecido, as quantidades de neve e gelo têm diminuído e o nível do mar subiu.grafico1
Cada uma das três últimas décadas tem sido sucessivamente mais quentes na superfície da Terra do que qualquer década anterior desde 1850. O período de 1983 a 2012 foi provavelmente o mais quente no período de 30 anos dos últimos 1.400 anos no Hemisfério Norte. Essa avaliação só é possível nesse hemisfério pela disponibilidade de dados históricos. Os dados de temperatura médias globais – combinadas superfícies terrestres e oceânicas -, calculadas por uma tendência linear, mostram aquecimento de 0,85 oC durante o período de 1880-2012.
Da energia retida pelo aumento da concentração de GEE na atmosfera, 90% está acumulando nos oceanos. Mais de 1/3 do carbono que emitimos está sendo absorvido pelo oceano, causando sua acidificação (26% em relação à era pré-industrial).
grafico2

As emissões antropogênicas de gases de efeito de estufa aumentaram desde a era pré-industrial, impulsionado em grande parte pelo crescimento econômico e populacional e, agora, estão maiores do que nunca. Isto levou as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, que são sem precedentes, pelo menos, nos últimos 800 mil anos. Seus efeitos, juntamente com os dos outros fatores antrópicos, foram detectados em todo o sistema climático e são a causa dominante do aquecimento observado desde meados do século 20.
Metade das emissões entre 1750 e 2011 aconteceu nos últimos 40 anos. As emissões acelerarão entre 2000-2010 (2,2% a.a.) em relação ao período 1970-2000 (1,3% a.a.).
Nas últimas décadas, as mudanças climáticas têm causado impactos nos sistemas naturais e humanos em todos os continentes e através dos oceanos. Impactos são devido às alterações climáticas observadas, independentemente de sua causa, o que indica a sensibilidade dos sistemas naturais e humanos para a mudança climática.
Mudanças na frequência, intensidade e duração de eventos meteorológicos e climáticos extremos têm sido observadas desde 1950, incluindo extremos de calor e frio, eventos de seca e de excesso de chuva.

2. MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E IMPACTOS
 
A contínua emissão de gases de efeito estufa causará mais aquecimento e mudanças de longa duração em todos os componentes do sistema climático, aumentando a probabilidade de impactos severos, invasivos e irreversíveis para as pessoas e os ecossistemas. Limitação das alterações climáticas exigiria reduções substanciais e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa, que, juntamente com a adaptação, pode limitar os riscos das mudanças climáticas.
Em grande parte, emissões acumuladas de CO2 determinam aquecimento médio da superfície global no final do século 21 e além. E há projeções que indicam que as emissões de gases de efeito estufa podem variar em uma ampla faixa, dependendo tanto da política de desenvolvimento e do clima socioeconômico.
A temperatura da superfície deverá aumentar ao longo do século 21 em todos os cenários de emissões avaliadas. É muito provável que as ondas de calor ocorram com mais frequência e durem mais tempo, e que os eventos extremos de precipitação vão se tornar mais intensas e frequentes em muitas regiões. O mar vai continuar a aquecer e a acidificar e seu nível global a subir.
A mudança climática vai amplificar os riscos existentes e criar novos riscos para os sistemas naturais e humanos. Os riscos são distribuídos de forma desigual e são, geralmente, maiores para as pessoas desfavorecidas e as comunidades em países de todos os níveis de desenvolvimento.
Muitos aspectos das mudanças climáticas e impactos associados continuarão a agir por séculos, mesmo se as emissões antrópicas de gases de efeito cessarem por completo. Os riscos de mudanças abruptas ou irreversíveis aumentam à medida que se amplia o aquecimento.

3. CAMINHOS PARA ADAPTAÇÃO, MITIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 
Adaptação e mitigação são estratégias complementares para reduzir e gerir os riscos da mudança climática. Reduções substanciais de emissões ao longo das próximas décadas podem reduzir os riscos climáticos no século 21, aumentar as perspectivas de adaptação eficaz e reduzir custos e desafios de mitigação em longo prazo.
A tomada de decisão eficaz para limitar as alterações climáticas e seus efeitos pode ser informada por uma ampla gama de abordagens analíticas para avaliar riscos e benefícios esperados, reconhecendo a importância da governança, as dimensões éticas, equidade, juízos de valor, avaliações econômicas e diversas percepções e respostas ao risco e à incerteza.
Sem os esforços de mitigação adicionais além daquelas em vigor hoje – e mesmo com a adaptação -, o aquecimento até o final do século 21 vai levar à multiplicação dos riscos de impactos graves, generalizados e irreversíveis em todo o mundo. A mitigação envolve cobenefícios e risco de possíveis efeitos colaterais adversos, mas estes riscos não se comparam aos impactos graves, generalizados e irreversíveis como riscos da mudança climática, aumentando os benefícios dos esforços de mitigação de curto prazo.

grafico5
A adaptação pode reduzir os riscos de impactos das mudanças climáticas, mas há limites para sua eficácia, especialmente em casos de maiores magnitudes da mudança climática. Por isso, quanto antes for implantada, aumentará as futuras opções de adaptação e preparação.
Ainda existem caminhos possíveis para limitar o aquecimento em níveis abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais. Para trilhá-los, é preciso reduzir substancialmente as emissões de GEE até meados do século e quase nulas até o final do século. A implementação de tais reduções nos coloca diante de desafios tecnológicos, econômicos, sociais e institucionais substanciais, que aumentam com atrasos na implementação das ações e do desenvolvimento das principais tecnologias ainda não disponíveis em escala comercial.

4. ADAPTAÇÃO E MITIGAÇÃO
 
Nenhuma ação de mitigação e adaptação é suficiente por si só. Sua implementação efetiva depende de políticas e de cooperação em todas as escalas, e pode ser reforçada através de respostas integradas que apontam adaptação e mitigação com outros objetivos sociais.
As opções de adaptação existem em todos os setores, mas seu contexto de aplicação e de potencial para reduzir os riscos relacionados com o clima é diferente em todos os segmentos e regiões. Algumas respostas de adaptação envolvem cobenefícios significativos, sinergias e trade-offs. Aumentar a mudança climática aumentará os desafios para muitas opções de adaptação.
A mitigação pode ser mais eficaz se for utilizada em uma abordagem integrada que combina medidas para reduzir o consumo de energia, aumentar a eficiência energética, descarbonizar o fornecimento de energia, reduzir emissões líquidas e aumentar sumidouros de carbono nos setores agropecuário e florestal.
Respostas de adaptação e mitigação eficazes dependerão de políticas e medidas em várias escalas: internacionais, regionais, nacionais e subnacionais. Políticas em todas as escalas de apoio ao desenvolvimento de tecnologia, difusão e transferência, bem como financiamento para respostas às mudanças climáticas, pode complementar e melhorar a eficácia das políticas que promovem diretamente a adaptação e a mitigação.
As mudanças climáticas são uma ameaça ao desenvolvimento sustentável. No entanto, há muitas oportunidades de vincular mitigação, adaptação e à busca de outros objetivos sociais através de respostas integradas".

Fica como sugestões de leitura os seguintes links:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/09/130924_ipcc_relatorio_dez_perguntas_vj_rw
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/03/ipcc-alerta-que-pobres-serao-os-mais-castigados-por-mudancas-climaticas.html
http://topicos.estadao.com.br/ipcc


sábado, 8 de novembro de 2014

As minhas publicações científicas

Em 2001, durante a graduação apresentei meu primeiro trabalho científico, intitulado: Petróleo em Tangará: análise histórico-científica. A pesquisa foi desenvolvida, juntamente com a minha colega Joice Melin Crispim Webber, na disciplina de História da Ciência no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade do Oeste de Santa Catarina, campus de Videira/SC e apresentado em Blumenau/SC no VII Seminário Integrado de Iniciação Científica.
Foi uma experiência muito frustrante. Pois, estava despreparada e nervosa. No entanto, foi o estopim para que eu me interessasse mais pela pesquisa.

Em 2006, realizei uma pesquisa para minha Especialização em Biologia, pela Universidade Federal de Lavras, UFLA, Lavras/MG. Intitulada: Análise comparativa entre a produção de Araucaria angustifolia e de Pinus taeda em Tangará, SC. A pesquisa foi muito elogiada e os professores da minha banca sugeriram publicações e especialmente divulgação dos resultados.
No entanto, não sabia como começar e as atribulações do dia-a-dia me fizeram engavetar toda essa pesquisa.























Em 2008, ingressei no programa de Pós-graduação em Mestrado em Educação e ao longo do primeiro ano, escrevi vários artigos, como requisitos para a aprovação nos componentes curriculares obrigatórios. E em todas, recebi de meus professores o incentivo para publicar. Mas novamente, não tinha ideia de como fazer. 

Por isso, resolvi escrever esse post, na tentativa de expor minhas publicações e auxiliar aqueles que almejam fazer o mesmo.

Ainda 2008, a minha orientadora, a professora Nadir Castilho Delizoicov, me desafiou a escrever um relato de experiência e submeter ao 3º Encontro Regional de Biologia - EREBIO, na cidade de Ijuí/RS. O artigo Bactérias vilãs? relato de uma experiência. Relatava um trabalho de iniciação científica, realizado com alunos do ensino fundamental e apresentado em uma mostra do conhecimento no Colégio Superação. Como o trabalho, desenvolvido com quatro alunas da 6ª série, recebeu a primeira colocação, perante toda a escola, foi o tema escolhido para apresentar no evento.
Considero esse evento o mais importante, pois foi o que realmente me inseriu na comunidade científica da área de ensino de ciências.


Em 2009, apresentei no II Colóquio Internacional em Educação, o trabalho: Formação do professor das séries iniciais do ensino fundamental: a problematização do conhecimento e a experimentação didática. Neste trabalho, também de relato de experiência, apresentou algumas discussões que realizei com acadêmicos do curso de Pedagogia da Unoesc de Joaçaba/SC, ao tentar por em prática tudo o que estava lendo sobre o ensino de ciências e a experimentação didática.


Ainda em 2009, apresentei no VII ENPEC - Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, o trabalho: A experimentação didática no ensino fundamental: impasses e desafios. Na ocasião, tive o privilégio de apresentar os dados preliminares da minha dissertação para um grupo seleto de pesquisadores na área do ensino de ciências.
No entanto, como já estava grávida nesse evento, minha vida de pesquisadora teve que deixada em segundo plano.

Em 2012, finalmente conclui a minha pesquisa de mestrado, mas a vida de mãe e professora tomavam tanto o meu tempo, que escrever era algo fora da minha realidade.
 http://www.unoesc.edu.br/images/uploads/mestrado/vanessa_wegner_agostini.pdf

Até que em 2014, fui instigada pela professora Maria Teresa Ceron Trevisol, minha segunda orientadora a escrever um artigo para o Sintec - Seminário Internacional de Educação em Ciências.
Na empolgação por escrever, acabei em 2014 produzindo muito. Segue as minhas publicações:
- I Jornada Integrada em Biologia. Com os trabalhos: As teorias de aprendizagem e o ensino de ciências e O Curso de Ciências Biológicas pelo Parfor. Com auxílio dos acadêmicos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, da Unoesc, Videira/SC.



- IV Colóquio Internacional de Educação: Educação, Diversidade e Ação Pedagógica. Com o trabalho: A experimentação didática no ensino de ciências: uma proposta construtivista para a utilização do laboratório didático. Na Unoesc, Joaçaba/SC.
- III Sintec - Seminário Internacional de Educação em Ciências.Com o artigo: O Laboratório Didático no Processo de Ensino e de Aprendizagem: analisando concepções dos professores.  Na FURG em Rio Grande/RS.


Mas, o mais gratificante é perceber que minhas ideias e meus artigos já estão sendo lidos, discutidos e citados por estudantes e pesquisadores de todo o Brasil.
Uma breve busca no google localizou os seguintes artigos, que citam as minhas pesquisas:
http://www.ufpi.br/subsiteFiles/pibidfisica/arquivos/files/Artigos-Alunos_1_GT-Abril_14.pdf
http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/ixenpec/atas/resumos/R0839-1.pdf
revistas.cefet-rj.br/index.php/revistaecultura/article/view/35

Portanto, para quem gosta de escrever, assim como eu, as minhas dicas são:
- Muita leitura. Ninguém consegue produzir nada se não estiver bem embasado teoricamente.
- Construir redes. Como a professora Galiazzi, comentou na sua conferência no III Sintec, sozinhos não conseguimos fazer muita coisa, mas com a ajuda e apoio de outras pessoas construimos contatos e nos fortalecemos como pesquisadores.
- Estar atento aos editais. Editais de eventos e de revistas da área, para adequar seus trabalhos as exigências da mesma.
- Disposição e dinheiro. Para bancar inscrições, viagens, hotéis e alimentação, nos eventos.
- Tempo. Para colocar no papel o resultado de uma atividade realizada ou de uma pesquisa.

Espero que tenham gostado...