quinta-feira, 5 de março de 2015

As proteínas na alimentação



Uma dieta para ser considerada saudável deve conter todos os grupos de macronutrientes: carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e sais minerais.
Ao longo do tubo digestório, o alimento é quebrado em partículas menores capazes de serem assimiladas pelas células, dessa forma os carboidratos serão transformados em glicose, as proteínas em aminoácidos e os lipídios em ácidos graxos. Após a absorção desses micronutrientes pelo sangue, esses podem seguir várias vias metabólicas, mas para esse post vou especificar somente a utilização das proteínas pela célula para produção de energia.

As proteínas são encontradas em alimentos de origem animal, como carnes, aves, ovos, leites e derivados, e de origem vegetal, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico) e cereais (milho, trigo, etc.)

No corpo humano, as proteínas são classificadas conforme a função que desempenham.
Proteínas transportadoras - São aquelas que atuam no transporte de moléculas para dentro e para fora das células. São proteínas da membrana plasmática. A hemoglobina, por exemplo, é uma proteína transportadora. Presente nas hemácias, transporta o oxigênio dos pulmões para os tecidos do corpo.
Proteínas reguladoras - Existem alguns tipos de hormônios que são proteínas e possuem a função de regular atividades metabólicas no organismo. Podemos citar como exemplo de proteína reguladora a insulina. Sintetizada no pâncreas, ela atua no metabolismo de lipídeos e proteínas, além de ser responsável pela entrada da glicose nas células.
Proteínas de defesa (anticorpos) - Atuam no sistema imunológico do nosso organismo, ou seja, possuem a função de protegê-lo de organismos estranhos (vírus, bactérias e etc.) que penetram em nosso organismo. A trombina e o fibrinogênio também são proteínas de defesa, pois atuam na coagulação do sangue em caso de ferimentos e cortes, evitando a perda sanguínea.
Proteínas catalizadoras - Estas proteínas possuem a função de acelerar e facilitar reações químicas que ocorrem no interior das células. As enzimas, por exemplo, são proteínas catalizadoras.
Proteínas estruturais - São aquelas que possuem a função de promover a sustentação estrutural aos tecidos do organismo. Podemos citar como exemplos: elastina (atua na estrutura da pele) e queratina (atua na estrutura dos pelos, unhas e cabelos).
Proteínas contráteis - Estas proteínas possuem a função de possibilitar a contração das fibras dos músculos. A miosina e a actina são exemplos de proteínas contráteis.


As proteínas são tão importantes, que o dogma centrar da biologia molecular diz que, o DNA contém as informações genéticas, que são transcritas para uma molécula de RNA, que ao ser lido produz uma cadeia polipeptídica, que irá ser transformada em proteína, para que a célula expresse suas funções.


As proteínas são formadas por 20 aminoácidos diferentes. Destes, 11 são ditos não essenciais, pois nosso corpo os produz, no entanto 09, classificados como essenciais, são produzidos em pequena quantidade e precisam ser repostos através da alimentação. São eles:
Aminoácidos essenciais: Leucina, isoleucina, valina, triptofano, metionina, fenilalanina, treonina e lisina (a histidina é um aminoácido essencial na infância).
Aminoácidos não-essenciais: Alanina, arginina, ácido aspártico, aspargina, ácido glutâmico, cistina, cisteína, glicina, glutamina, hidroxiprolina, prolina, serina e tirosina.


Todos os aminoácidos estão presentes em alimentos ricos em proteínas, como carnes, leite, abacate, abóbora, feijão e soja. Veja agora algumas funções desempenhadas por alguns deles:
Triptofano: participante da produção da vitamina niacina e do neurotransmissor serotonina, responsável pela sensação de bem-estar.
Metionina: um dos responsáveis pela fabricação de compostos como colina e carnitina, esse aminoácido ajuda na formação de tecidos do corpo.
Fenilalanina: dá origem à tirosina e, juntas, produzem a tiroxina e a epinefrina. A tirosina está envolvida na formação do pigmento da pele e dos cabelos.
Arginina e citrulina: fazem parte da formação da ureia no fígado.
Glicina: se alia a substâncias tóxicas transformando-as em substâncias não-prejudiciais à saúde e que, depois da união, são excretadas pelo organismo
Histidina: aminoácido formador da histamina, que causa a dilatação dos vasos sanguíneos.
Glutamina: o aminoácido mais abundante no plasma e nos músculos.

O organismo não pode armazenar aminoácidos e, portanto, existe uma constante quebra e rearranjos de proteínas. Para incentivar essa “renovação proteica” ou reciclagem de proteínas, existe a necessidade de um aporte constante de proteínas através da alimentação. Muitas vezes, pode existir um excesso de determinados aminoácidos e proteínas totais. Nestas situações, o fígado converte-os em glicose, para o fornecimento energético.

Depois de ler todos os benefícios das proteínas, você pode se indagar: então se eu comer somente proteínas estarei emagrecendo e aumentando a minha massa muscular?

Acontece que as necessidades diárias da ingestão de proteínas situam-se em torno de 0,8 a 1 grama por quilo de peso. Em relação à contribuição total das proteínas na ingestão calórica, recomenda-se cerca de 10 a 15%.
O organismo utiliza apenas as proteínas que necessita, e uma vez que a maioria dos alimentos ricos em proteínas, apresentam também altos teores de gordura, uma dieta hiperproteíca pode conduzir ao ganho de peso e à deposição de gordura. Para a manutenção de uma vida saudável, é essencial a escolha de uma alimentação equilibrada e variada, sem exagerar nas proteínas.

Já os atletas, por vezes, têm a tendência para consumir quantidades acrescidas deste nutriente, uma vez que os músculos são constituídos por proteínas, com o objetivo de obter uma maior força e volume muscular. O consumo diário médio, neste caso, é de cerca de 1,4 gramas de proteínas por quilo de peso corporal. Contudo, uma ingestão proteica superior não aumenta a força ou resistência muscular. A única forma de fortalecer e desenvolver os músculos é através do exercício físico.

Outra desvantagem, diz respeito aos resíduos tóxicos produzidos pelo organismo ao quebrar as proteínas para produção de energia. Quando um aminoácido entra na respiração celular, pelo Ciclo de Krebs, gera amônia, que é extremamente tóxica ao organismo. O sistema circulatório encaminha essa amônia ao fígado que a converte em ureia, que posteriormente é eliminada pelos rins. Portanto, uma alimentação muito rica em proteínas pode gera insuficiência renal.


Uma pesquisa divulgada no site http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/2014/03/estudo-alerta-dieta-rica-em-proteina-animal-pode-aumentar-risco-de-cancer.html, afirma que pessoas que ingerem muitas proteínas, principalmente na forma de suplementos, correm mais riscos de desenvolver câncer, diabetes e obesidade.


Portanto, antes de iniciar uma dieta por conta própria, seja para emagrecer ou para adquirir massa muscular é essencial procurar um Nutricionista.

Um comentário:

  1. Nossa, que legal, gostei muito de aprender muito sobre as proteínas na alimentação.
    Eu venho estudando e aprendendo muito sobre as proteínas, gastronomia cultural e culinária e este site aqui vem me ajudando muito também.

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